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Carregado de gírias e sotaque mais anasalado e chiado, Isa tem mostrado ao público palavras usadas no cotidiano amazonense durante sua participação no Reality. Vocabulário
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O vocabulário “amazonês” de Isabelle Nogueira, que é participante do Amazonas no “BBB 24”, tem chamado atenção do público nas redes sociais. Na casa mais vigiada do país, a dançarina já chegou a soltar algumas vezes a palavra “cunhatã”, gíria característica da região para se referir à meninas.
O g1 procurou saber mais sobre o sotaque cheio de chiado e conta as curiosidades sobre o dialeto do Estado. Confira os significados abaixo.
Natural de Manaus, capital do Amazonas, Isabelle entrou na casa mais vigiada do país após uma votação popular. Integrante do grupo Pipoca, a manauara recebeu 60,22% dos votos e conquistou uma vaga na disputa.
O forte sotaque também já foi alvo de comentários no reality. O colega de confinamento, o paraense Marcus Vinícius, se disse desconfiado sobre as gírias usadas pela amazonense.
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“Amazonês”
Ao g1, o doutor em linguística e professor da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sérgio Freire, explicou que, o “amazonês” foi formado a partir de três línguas. São elas: a Língua Geral Amazônica (Nheengatu), o português europeu e o português nordestino.
Inclusive, Sérgio destaca que o chiado no S , bem característico na região, surgiu a partir da influência desse português europeu.
O doutor em linguística e autor do livro “Amazonas: termos e expressões usados no Amazonas” esclarece ainda que o dialeto apresenta variações significativas dentro do próprio Estado e até mesmo em diferentes zonas da capital, Manaus.
Doutor em Linguística e professor da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Amazonas, Sérgio Freire
Divulgação
“Em Manaus, por exemplo, o português oral amazonense, que chamamos de Amazonês, é mais comum nas zonas norte e leste, que são zonas com menor nível de escolarização e, portanto, com menor uso da variante padrão do português, a variante que se aprende na escola. A diferença se dá também em relação geográfica entre regiões do Estado”, explicou.
Sérgio Freire usa o exemplo do sotaque de Isabelle, que frequentemente viaja para o município de Parintins.
“Isabelle, no BBB, tem um sotaque mais próximo do paraense do que do Amazonense, já que Parintins está quase na fronteira com o Pará, recebendo influência linguística daquela região”, disse o professor.
Gírias amazonenses
Entre as gírias amazonenses mais conhecidas estão: “télezé?”, “maceta”, “chibata”, “brocado” e “leso”. Segundo Sérgio, são palavras de uso bem generalizado dentro do estado.
Já outras expressões podem ser de difícil entendimento para turistas que visitam a região, como: “tchonga”, “arrudiar”, ïlharga”, “lengalenga”, “abacabeiro”.
Confira uma lista com algumas gírias do “amazonês”:
De bubuia – Quando se está descansando, sem fazer nada, diz-se “estou só de bubuia”.
Chibata no balde – Expressão usada para dizer que algo é muito bom.
Cortar a Curica – Expressão com o mesmo significado de “Cortar o barato”.
Kikão – Maneira de falar “cachorro-quente”, em Manaus. Expressão surgiu após o sucesso de um lanche que tinha um homem chamado de Kiko onde ele vendia cachorro-quentes com este nome.
Leso – Alguém que faz alguma besteira é chamado de “leso”.
Esculhambado – Expressão para indicar algo que está quebrado.
Escangalhado – Expressão para indicar algo que está quebrado.
Só o cuí – Expressão para indicar alguém que é muito magro.
Pai D’égua – A expressão significa algo muito bom.
Carapanã – Nome dado para mosquitos.
Ticar bodó – O bodó é um peixe que não pode ser ‘ticado’ pela escama dura que tem. A expressão tem o mesmo significado de “Está maluco?!”
Comer abiu – Abiu é uma fruta amazônica que cola os lábios de quem a come. Com este intuito, a expressão indica uma pessoa que é calada.
Leseira baré – Quando o amazonense faz uma besteira, nada é mais comum do que classificar como “leseira baré”. A expressão pode indicar ainda lerdeza, dizer que a pessoa é “lesa” ou “abestalhada”.
Desconfiança
Em uma conversa no jardim da casa, o paraense Marcus Vinícius chegou a comentar com outra participante que ficou desconfiado com sotaque de Isabelle.
“Eu fico na dúvida se ela realmente é desse jeito ou se ela tá querendo jogar essa bandeira pra forçar e ganhar, mas acho que ela é isso”, disse.
Na sexta-feira (12), o comentário de Marcus voltou a ser assunto em uma conversa de Isabelle com outro confinado, o motorista de aplicativo, Davi Brito.
Davi Brito e Isabelle Nogueira no BBB 24
Reprodução/Globoplay
“Hoje o Marcus veio conversar comigo uma coisa que não me tocou. Fiquei reflexiva, porque tenho muita certeza de quem eu sou. Ele veio falar para mim, porque Marcus é do Norte. É de Belém. Ele e Alane, que é uma bem bonita e alta… Ele falou que na percepção dele ele achou que eu poderia ser um pouco forçada quando ele me conheceu”, contou a amazonense.
Isa disse ainda que Marcus explicou depois que a percepção sobre o jeito da manauara falava mais sobre ele do que dela.
Isabelle Nogueira
Natural de Manaus, capital do Amazonas, Isabelle Nogueira tem 31anos, é formada em Letras e chegou a dar aulas, mas hoje trabalha como dançarina e influenciadora digital no Amazonas.
Em uma roda de conversa formada pelos “brothers” na noite de terça-feira (9), Isabelle contou um pouco da sua história de vida. A amazonense relembrou a infância mais solitária e a história de luta da mãe para criá-la.
Em relato aos companheiros de confinamento, Isabelle disse que a mãe engravidou quando tinha 13 anos de idade.
Amazonense Isabelle Nogueira
Reprodução/Redes Sociais
“Começou ali uma criação realmente atípica. Ela trabalhava e eu ficava muito sozinha desde bebê. Eu tenho recordação minhas de 5 e 6 anos muito sozinha, chuva, eu chorava sozinha, então eu cresci muito sozinha. Essa é a grande verdade, muito eu por mim mesma”, disse.
A manauara lembrou também que a paixão pelo boi-bumbá foi passada de mãe para filha. Em meio ao cotidiano corrido de estudos e trabalhos, ainda que muito nova, ela acompanhava a mãe nas festas.
“Eu lembro de mim assim, 5 ou 6 anos de idade, dormindo nas festas da nossa cultura. Minha mãe me levava com ela para as festas, até que eu comecei a fazer dinheiro com isso. Fazia 20 ou 30 reais dançando”, contou Isabelle.
Isabelle Nogueira como cunhã-poranga do Boi Garantido
Michael Dantas/SEC-AM
Atualmente, a manauara é conhecida no Amazonas como cunhã-poranga do Boi Garantido, o boi vermelho e branco do Festival Folclórico de Parintins.
“Já danço há 17 anos de forma profissional no Brasil inteiro, levando a cultura do meu povo, e no boi-bumbá Garantido há 10 anos”, explicou aos “brothers”.
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Fonte: G1 AmazonasL/a>