Centenas marcham no Chile para marcar 5 anos de ‘explosão social’

“Depois de cinco anos, muitas coisas permanecem iguais”, comentou Armando Zamorano, um dos cerca de 500 manifestantes que chegaram à praça Baquedano, que contava com forte presença da polícia.
A chamada “explosão social” (“estallido social”, em espanhol), como o movimento ficou conhecido no Chile, resultou em cerca de 30 mortes e milhares de feridos. Conseguiu colocar em xeque o governo de direita de Sebastián Piñera (2018-2022), exigindo melhorias de acesso à saúde, educação e previdência.
No calor de protestos multitudinários e por vezes violentos, as forças políticas concordaram em alterar a Constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), apontada como a origem das desigualdades sociais.
Porém, depois de dois processos de redação, um liderado pela esquerda radical e outro pela extrema direita, os chilenos rejeitaram a mudança constitucional.
Embora nenhuma mudança tenha sido alcançada, “as sementes do ‘estallido’, que é a dignidade, as pessoas ainda sentem”, destacou outra manifestante, a médica Leticia Álvarez.
Longe das reivindicações por maior justiça social, a insegurança passou a ser hoje a maior preocupação dos chilenos. Uma parte mínima (23%) apoia as mobilizações de 2019, segundo a pesquisa do Centro de Estudos Públicos (CEP). Naquele ano, o apoio chegou a 55%.